quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O que você quer ser quando você crescer?

Quando crianças nossos pais, avós, tios, professores e até vizinhos nos perguntavam o que gostaríamos de ser quando crescemos, pois sabiam que nós enquanto crianças, desprovidos de malicia e donos de uma sinceridade impar, diríamos exatamente à coisa que mais nos fascinasse, mesmo que depois de algum tempo mudássemos de idéia, já que naquela época não nos importávamos com Status social, posição financeira ou eventuais preconceitos a cerca da profissão escolhida. Queríamos apenas ser o que achávamos interessante, seguir a profissão que nos enchia os olhos, aquilo que para nós era a melhor atividade do mundo para se fazer.

Não víamos problema algum em ser gari, bombeiro, vendedor de pipoca, malabarista de sinal, queríamos o ser apenas por achar legal o que essas pessoas faziam. Porém enquanto estávamos impressionados com essas atividades os adultos riam de nós, de nossa inocência, com certeza pensando, que tolo é este garoto, acha que é fácil à vida dessas pessoas, acham que conseguiriam viver bem com a maioria dessas funções. E com esse pensamento eles esqueciam que naquela época isso pouco importava, não tínhamos noção do que era trabalho, salário, rotina, obrigações, afazeres do cotidiano, só admirávamos o que se fazia e pronto.

Então começamos a crescer, e com isso descobrimos as dificuldades de cada campo de trabalho, o quanto se ganha, muito, pouco, se existe reconhecimento ou se a atividade é discrinada. Esquecemo-nos que toda profissão por mais humilde que seja é digna, pois é através dela que conquistamos o pão de cada dia, não importando se estamos varrendo ruas, engraxando sapatos ou comprando ações, todos temos um único objetivo, ganhar a vida, sentir-se importante diante da sociedade e também ser exemplo para nossos filhos, que nos vêem muitas vezes como seus heróis, mas que depois de certo tempo, muito por conta da relação com os colegas de escola, acabam em alguns casos tendo vergonha de nossas ocupações, como também do bairro e da casa onde moram, e isso acontece justamente por causa dessa categorização das profissões, que faz com que acreditemos na superioridade de uma função sobre a outra.

Por esse motivo é que muitas vezes abrimos mão de seguirmos a profissão que nos faria felizes de verdade, aquela com que sonhamos toda nossa vida, mais que acabamos deixando de lado por não ser rentável, e muito menos nos proporcionaria o reconhecimento social que almejamos. Prova disso é a quantidade de transferência de cursos que acontecem nas universidades hoje em dia, tudo por causa da luta incessante por estabilidade financeira e reconhecimento, claro que a questão universitária é só um exemplo para salientar o problema de identidade profissional que sofremos, no entanto esquecemo-nos da importância de se trabalhar com que nos da prazer, não nos contentando somente com o quanto irá ganhar, mas sim com a satisfação de executar a função que lhe dar prazer.

By: Rivaldo Yagi

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