sexta-feira, 12 de março de 2010

Luiz Carlos Prates

Dia desses ouvi uma historinha interessante. Uma menina volta da escola e diz à mãe que a professora anunciou que na semana seguinte iria escolher os alunos que participariam do teatro da escola. A mãe ouviu interessada a história e nada disse à menina, ficou com a certeza de que a filha, muita esperta, seria uma das escolhidas.
Passa a semana. A menina chega da escola saltitante e diz à mãe que a professora a escolheu para o teatro dos alunos.

— Ah, que bom, filha, e que papel você vai fazer? — perguntou a mãe.

— A professora disse que eu vou fazer um papel muito importante, importantíssimo. Vou ficar na plateia para aplaudir…

Gracinha, não é mesmo, leitora? Claro que a criança que chegar em casa contando essa história vai deixar pai e mãe furiosos. Ora já se viu ficar feliz com um “papel” desses.

Agora, vamos falar sério, leitor. Imaginemos um teatro vazio de aplausos, os atores suando no palco e ninguém para incentivá-los. Quem faria teatro nessas condições?

E não é, por acaso, o que mais acontece nas empresas? Os funcionários, que são os verdadeiros atores que “produzem” a empresa, não passam a vida sem os aplausos do elogio?

Os atores que estão no palco, tanto do teatro quanto na produção nas empresas, precisam do incentivo de quem está na plateia. E a plateia nas empresas são os diretores, pois por melhores que sejam não produzem nada, não levam a empresa ao sucesso, ao lucro. Não fosse assim, as empresas não precisariam de bons “atores”, de funcionários qualificados.

Dia desses, numa palestra, pedi ao pessoal que levantassem o dedo os que já tinham sido elogiados no trabalho. Todos os braços ficaram em posição de sentido, imóveis. Ninguém é elogiado. A turma das direções não conhece a cor e a magia dos confetes do elogio. Exceções? Conheço uma…

Vale para o casamento, vale para as amizades, vale para as salas de aula. Os bons têm que ser elogiados, premiados na frente de todos. Os “empacados” da vida ficam emburrados com as loas, com os elogios alheios, mas os tocados pela vergonha reagem, lutam e vão também à vitória.

Dinheiro não motiva, ou muito pouco, quase nada. O que motiva é brio, dignidade, prestígio gerado pela competência. Qualquer um pode, é só ter uma razão por que lutar, vergonha na cara e suor na testa. O aplauso virá. Nem que seja no silêncio das invejas.

Não é preciso dizer mais nada!

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