sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Confissão de um ex Revoltado

O dia estava nublado, nuvens carregadas cobriam o céu, todos esperavam por uma tempestade, algo que realmente aconteceu. Milhares de milímetros d’água, descendo céu abaixo, molhando, encharcando, levando com ela toda a amargura e saudade que poderia existir em mim. Naquele momento estava eu me desprendendo do meu passado, dos receios e de tudo que me fazia mal. Larguei de vez a escuridão, deixei a tempestade me curar e então esperei de peito aberto à bonança, deixei a tempestade levar consigo minhas facetas mais obscuras e sórdidas, voltei à vida sana, exorcizei meus fantasmas e com isso trouxe de volta o sorriso ao meu rosto que por muito tempo era triste e sombrio, a mais pura imagem da escória humana, um ser quase inanimado, que se recolhia aos mais profundos e medíocres becos da sociedade, vivendo a margem da mesma, amaldiçoando cada novo dia que se iniciava, já esperando que fosse tão ruim quanto o anterior.

Mais tudo melhorou consideravelmente depois que abandonei minha mania de perseguição, minhas angustias ínfimas e me concentrei em ser o melhor possível a cada dia que viesse me condicionei a ser mais receptivo seja qual fosse à situação. Percebi que apesar de ter mudado meu jeito e o modo como me portava, ainda havia a desconfiança das pessoas, precisava provar a todos que eu mudará, mais não para obter a aprovação deles e sim porque estava cansado da solidão, do jeito como me censuravam. Hoje percebo que tinham toda razão, pois procurava sempre o isolamento e eles só respeitavam minha escolha ou queriam me tirar daquele calabouço existencial. Estive no fundo do poço, atolado no lodo da miséria da existência, mais me recuperei, consegui a reabilitação, tive ajuda de pessoas que acreditaram em mim, que me fizeram enxergar que a algo melhor que o isolamento, que até nas terras mais inférteis existe a possibilidade de vida e eu não era uma terra seca, eu tinha sonhos, objetivos, vontade ser alguém. Só que o medo de falhar me fazia desistir, me desencorajava, trazia a tona todos os meus traumas, toda a chacina psicológica que cometeram contra mim durante minha infância, eu não tinha coragem de fitar as pessoas nos olhos, agia como um ser submisso as vontades alheias, um escravo do próprio medo, até que chegou a hora que precisava escolher, ou deixaria esse mundo ou faria parte dele. Escolhi a segunda opção, fazer parte dele e disso não me arrependo, pois cresci muito depois de aceitar que precisava de ajuda e hoje posso me considerar salvo dos meus medos e preparado para ajudar pessoas que sofram o que sofri um dia...


Essa não é a minha História...mais poderia ser...e quem sabe seja de alguém que poder ler isso e perceber que a muito mais nesse mundo a se fazer e que ficar se escondendo dele não ajudar muito!!!



By: Rivaldo Yagi

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